sábado, 24 de novembro de 2018

Greta Van Fleet: uma joia a ser lapidada por Giba Carvalho




     Bem antes do lançamento de Anthem of the Peacefull Army, os garotos da Greta Van Fleet já estavam causando o maior furor no mainstream musical por alguns aspectos bastante peculiares. De cara, posso citar a semelhança ao som que o Led Zeppelin fazia como banda. Guitarras pesadas, bateria marcante e agressiva, baixo ora flutuando, ora agredindo como uma cavalaria na hora da batalha, além dos vocais rasgados e melódicos. Outra coisa bastante similar com a lendária banda britânica é a idade precoce dos membros. Atualmente, o mais velho tem 22 anos. São garotos de uma cidade pequena no interior do Estado americano de Michigan, que não ficaram apenas no “curtir” Rock n´Roll. Eles meteram as mãos na massa e fizeram acontecer!

     O sonho deles teve início com a coleção de vinis do pai dos irmãos Kiszka. Nada mais bonito! Lá eles encontraram grande parte das bandas clássicas como The Who, The Rolling Stones, The Beatles e, obviamente, também o Led Zeppelin. Todo este DNA musical ficou guardado na mente dos caras e, na minha opinião, é extremamente normal que os mesmos utilizem o mesmo na hora de compor. A paixão pelos clássicos do Rock n´Roll é latente e perceptível desde o primeiro riff que escutamos. A propósito, vale salientar, que o nível de execução é bem superior ao da média. Notadamente, se compararmos a grande maioria das bandas que surgem a todo instante. Josh (Vocalista), tem um tom natural que parece mais uma mistura de Robert Plant e Geddy Lee, do que apenas com o vocalista do Zeppelin como propagado aos quatro cantos do mundo.

Uma coisa que me incomoda sobremaneira é a análise cada vez mais simplista para todos os temas possíveis na atualidade. No meio musical não é diferente. Não estamos pagando apenas com a ausência quase que completa da capacidade, que um dia foi normal, de interpretar textos. Pagamos, por exemplo, com pessoas que não sabem diferenciar os verbos influenciar e copiar. E é justamente isto que ocorre com a Greta Van Fleet. Assim como todo mundo que entra no ramo musical (e demais áreas) é normal cultivar influências. Na minha opinião, é excelente que os garotos mantenham vivo o legado sonoro dos dinossauros do Classic Rock. Até porque, quando os mesmos surgiram o mercado estadunidense era dominado pelo R&B (Beyoncé e cia ltda) e pelo Hip-Hop, que nunca deixaram de ser moda praquelas bandas. Ter influências não é crime!

     A propósito, tenho o dever de lembrar aos leitores, que o próprio Led Zeppelin foi acusado dezenas de vezes por supostos plágios, de diversos artistas, e, ainda assim, não deixou de ser reconhecida como uma das maiores bandas do mundo.


     Portanto, torço para que a Greta Van Fleet continue trilhando seu caminho de modo honesto e que o tempo traga um refino ainda maior para a promissora banda. O mundo do Rock n´Roll agradecerá!