Nove anos após assinar seu primeiro contrato com a Atlantic Records,
Paolo Nutini nos presenteia com seu terceiro álbum - “Caustic Love”. A cada passo dado, o
garoto de apenas 27 anos, mostra que sabe aonde quer chegar e que toma conta de sua
carreira de modo único. Primordialmente pela guinada quase total para o soul como linha de
frente para sua música e, segundo, por não deixar que qualquer produtor ponha as mãos em seus
trabalhos. Desta feita, Nutini pôs as mãos na massa e assinou a produção do seu terceiro álbum junto a Dani Castelar, com quem
já havia trabalhado no antecessor – Sunny side Up.
Inspirando-se em clássicos de R & B e Soul, Paolo acerta seus
ouvintes de modo muito mais eficaz do que com o pop-folk que predominara até então em sua carreira.
A maturidade musical já demonstrada em “No other way” (melhor música do Sunny Side
Up) toma formas impressionantes em Caustic Love em canções como – “Iron Sky”, “Let me Down Easy” (um tributo aos clássicos da Motown) e “Scream (Funk My Life Up). Nutini parece compreender uma frase
que adoro utilizar em termos musicais – “Moderno é a tradição.” Destas supracitadas, eu
destaco “Iron Sky”. De letra contundente e madura, esta balada nos remete a luta por direitos e
ao confronto a nossa sociedade dividida por meio de tantos adventos tecnológicos. No meio
desta canção, o trecho do discurso de Chaplin retirado de “O Grande Ditador”, faz com que
tenhamos mais certeza ainda:
Para aqueles que podem me ouvir, eu digo, não se desesperem
A miséria que está sobre nós é apenas a passagem da ganância
A amargura de homens que temem o avanço do progresso humano
O ódio dos homens passará e ditadores morrem
E o poder que tomaram do povo retornará ao povo
E mesmo que os homens morram, a liberdade nunca perecerá
Não entreguem-se a estes homens artificiais
Homens-máquina, com mentes de máquina e corações de máquina
Vocês não são máquinas. Vocês não são gado, vocês são homens!
Vocês, pessoas, têm o poder de tornar esta vida livre e bela
E de fazer desta vida uma aventura maravilhosa
Vamos usar deste poder!
Vamos todos nos unir!
Apresentação espetacular no Studio Abbey Road:
A miséria que está sobre nós é apenas a passagem da ganância
A amargura de homens que temem o avanço do progresso humano
O ódio dos homens passará e ditadores morrem
E o poder que tomaram do povo retornará ao povo
E mesmo que os homens morram, a liberdade nunca perecerá
Não entreguem-se a estes homens artificiais
Homens-máquina, com mentes de máquina e corações de máquina
Vocês não são máquinas. Vocês não são gado, vocês são homens!
Vocês, pessoas, têm o poder de tornar esta vida livre e bela
E de fazer desta vida uma aventura maravilhosa
Vamos usar deste poder!
Vamos todos nos unir!
Apresentação espetacular no Studio Abbey Road:
Não pense você, que o peculiar lado romântico, foi esquecido por
Paolo Nutini. Podemos perceber claramente desde o título do novo trabalho – “Caustic
Love” (Amor Cáustico). No entanto, o modo que o artista exprime tais sentimentos nas
novas canções é bem diferenciado dos trabalhos anteriores. As dolorosas
desilusões amorosas adolescentes dão lugar a consolidação de um adulto que tem a capacidade
de questionar e agir de outras maneiras. Sejam elas no amor que escorre em – "Diana" –
Diana, she loves me, no innocence or compromise. Diana, she loves me, the only way
she knows. Ou na bela "Better Man" (será que vamos ter outro hino com este mesmo
nome?), onde mesmo de um modo ainda “meio garotão”, ele consegue passar grande parte do que qualquer homem
deseja na sua companheira. E é impressionante como o garoto consegue fazer de uma baladinha (praticamente voz e violão) torne-se uma bela música.
Mas, neste lado específico - "One day" é a que mais se destaca pela musicalidade intensa, com uma linha de contrabaixo que permite que Nutini explore seus tons variadíssimos de voz e pelo existencialismo "platônico" contido na letra: From the corner of my eye. To the back of my mind. I recognize what you mean to me. And all the corners of our pictures. Are a long time afraid. They still symbolize what you mean to me. You ask me to remember. A kiss is but a kiss. Well I'd be a fool to want more from you. And I'm gone in a while. I'll be gone in a while. I'll be gone in a while. It's all that I do. I'll cry and you cry and we'll cry. Till the rain turns black. And the devil moves and clings to us. And for a moment there is beauty. It's not a simple yearning. Sometimes it feels like it's all I've gotten. It's all a dream.
Dentro do álbum, ainda encontramos outro diferencial. Há algum tempo atrás, ao ser questionado sobre como seria seu novo trabalho, Paolo Nutini afirmou que estava sendo meio que "punk-rock" o processo de produção. Com a elegância e talento que lhe é proveniente, o álbum não tem nada do estilo supracitado. Porém, "Cherry Blossom" e "Fashion" são músicas onde as guitarras mais rock n´roll aparecem. Muito mais baseado pro lado de bandas de rock psicodélico e indie. Esta vertente não apareceu nos antecessores e é certo que será sucesso em suas apresentações.
Dentro do álbum, ainda encontramos outro diferencial. Há algum tempo atrás, ao ser questionado sobre como seria seu novo trabalho, Paolo Nutini afirmou que estava sendo meio que "punk-rock" o processo de produção. Com a elegância e talento que lhe é proveniente, o álbum não tem nada do estilo supracitado. Porém, "Cherry Blossom" e "Fashion" são músicas onde as guitarras mais rock n´roll aparecem. Muito mais baseado pro lado de bandas de rock psicodélico e indie. Esta vertente não apareceu nos antecessores e é certo que será sucesso em suas apresentações.
"Bus Talk" e "Supperfly" são os pontos fracos do álbum por tratarem-se apenas de duas "vinhetas" chatas entre as faixas.
É notório que o caminho do jovem escocês vai tomando crescente e isto é extremamente importante para o mundo da música. Afinal, para uma geração muitas vezes julgada “perdida”, o Reino Unido vem
provando por Paolo e outros como Amy Whinehouse (in memorian) , Adele, Joss Stone, Jake Bugg que um pouco
de bom gosto e tradição, aliados a sofisticação, não fazem mal a ninguém.