A
editora Panini tem publicado no Brasil uma série de edições clássicas dos
quadrinhos internacionais, e uma de suas parcerias mais férteis é seguramente
com a poderosa Marvel Comics. Entre tantas sagas e histórias legais, a Panini
lançou em abril deste ano o Capitão Britânia, personagem dotado de poderes
mentais, golpes superpotentes, voo e campo de força – cujas edições originais
apareceram em Marvel Super-Heroes
377-388, Daredevil’s 1-11 e The Mighty World Marvel 7-33.
O
Capitão Britânia tornou-se um herói carismático assinado por outros dois ícones
britânicos – os xarás Alan Moore (autor de outros sucessos dos quadrinhos e dos
cinemas, tais como Watchmen, V de
Vingança, Do Inferno, A Liga Extraordinária) e Alan Davis (responsável por
várias edições de Excalibur, Batman e Liga da Justiça), cujo traço se encaixa
perfeitamente com a trama que envolve uma infinidade de universos paralelos,
quiçá “omniversos” ou “multiversos”, como a própria saga nos sugere. O herói,
cujo alter ego é o de Brian Braddock se depara com cidades de Londres
alternativas, imersas em diversos tempos históricos; e se pensarmos que a
narrativa foi originalmente publicada no início dos anos 1980, uma das
Inglaterras mais polêmicas talvez emerja em 1982, quando o povo carrega em suas
faces apáticas e zumbis um ar de tristeza e descrença na justiça e nos atores
políticos que ali governam, mandam e desmandam. Aliás, em termos do poder
político, é preciso lembrar que o próprio Reino Unido atravessava naquela época
o governo Margareth Thatcher, com suas políticas de austeridade fiscal, privatizações
e ações policiescas/ostensivas sobre os trabalhadores, assim como se envolvia
na Guerra das Malvinas, cujo confronto com a Argentina deixaria marcas
profundas em ambos os estados nacionais, a despeito da vitória militar
britânica.
Os ricos cenários presentes
em Capitão Britânia nos revelam personagens controversos, complexos e
imprevisíveis. Seja com o elfo Jackdaw, a “Sua Duvideza” Saturnyne, o louco Jim
Jaspers, Betsy Braddock (a irmã de Brian e a Psylocke dos X-Men), ou com o
próprio mago Merlin, é possível nos depararmos com uma série de incertezas, de
idas e vindas, além de fracassos vivenciados próprio Capitão. Muitas vezes, os
fatos podem se tornar inclusive confusos e imprimirem repetições. Por outro
lado, esses pontos se ajuntam com histórias curtas em uma sequência incomum de
acontecimentos para os quadrinhos. Para quem nutre curiosidades e envolvimentos
com o mundo das HQs, o Capitão Britânia é uma saga altamente recomendada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário