terça-feira, 1 de setembro de 2015

Capitão Britânia N.º1 – Por André Maranhão


A editora Panini tem publicado no Brasil uma série de edições clássicas dos quadrinhos internacionais, e uma de suas parcerias mais férteis é seguramente com a poderosa Marvel Comics. Entre tantas sagas e histórias legais, a Panini lançou em abril deste ano o Capitão Britânia, personagem dotado de poderes mentais, golpes superpotentes, voo e campo de força – cujas edições originais apareceram em Marvel Super-Heroes 377-388, Daredevil’s 1-11 e The Mighty World Marvel 7-33.

O Capitão Britânia tornou-se um herói carismático assinado por outros dois ícones britânicos – os xarás Alan Moore (autor de outros sucessos dos quadrinhos e dos cinemas, tais como Watchmen, V de Vingança, Do Inferno, A Liga Extraordinária) e Alan Davis (responsável por várias edições de Excalibur, Batman e Liga da Justiça), cujo traço se encaixa perfeitamente com a trama que envolve uma infinidade de universos paralelos, quiçá “omniversos” ou “multiversos”, como a própria saga nos sugere. O herói, cujo alter ego é o de Brian Braddock se depara com cidades de Londres alternativas, imersas em diversos tempos históricos; e se pensarmos que a narrativa foi originalmente publicada no início dos anos 1980, uma das Inglaterras mais polêmicas talvez emerja em 1982, quando o povo carrega em suas faces apáticas e zumbis um ar de tristeza e descrença na justiça e nos atores políticos que ali governam, mandam e desmandam. Aliás, em termos do poder político, é preciso lembrar que o próprio Reino Unido atravessava naquela época o governo Margareth Thatcher, com suas políticas de austeridade fiscal, privatizações e ações policiescas/ostensivas sobre os trabalhadores, assim como se envolvia na Guerra das Malvinas, cujo confronto com a Argentina deixaria marcas profundas em ambos os estados nacionais, a despeito da vitória militar britânica.

Os ricos cenários presentes em Capitão Britânia nos revelam personagens controversos, complexos e imprevisíveis. Seja com o elfo Jackdaw, a “Sua Duvideza” Saturnyne, o louco Jim Jaspers, Betsy Braddock (a irmã de Brian e a Psylocke dos X-Men), ou com o próprio mago Merlin, é possível nos depararmos com uma série de incertezas, de idas e vindas, além de fracassos vivenciados próprio Capitão. Muitas vezes, os fatos podem se tornar inclusive confusos e imprimirem repetições. Por outro lado, esses pontos se ajuntam com histórias curtas em uma sequência incomum de acontecimentos para os quadrinhos. Para quem nutre curiosidades e envolvimentos com o mundo das HQs, o Capitão Britânia é uma saga altamente recomendada! 

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