sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Mad Men - por Fernando Lucchesi


Você é daqueles que acredita não sofrer nenhuma influência da propaganda ao comprar qualquer tipo de produto? Se a resposta for positiva, você já parou pra pensar o que o (a) levou a adquirir determinado produto?  Se, agora, sua resposta for negativa, então, definitivamente você precisa assitir a “Mad Men”. A série retrata o dia-a-dia de uma agência de publicidade (no início da série chamada de Sterling-Cooper), localizada na Madison Avenue, Nova York, local que no início dos anos 1960 abrigava grande parte das agências.
A série tem como foco o diretor de criação da agência, Don Draper (magnificamente interpretado por Joe Ham) e sua equipe, o que não impede a série de abordar as situações e dramas vividos em outros setores com a mesma intensidade. Mais importante do que mostrar o cotidiano de uma agência de publicidade, a série capta diversas mudanças sociais e morais acontecidas na década de 1960: feminismo, drogas psicodélicas, homossexualismo, segregacionismo racial, divórcio, entre outros temas que causaram e ainda causam polêmica.
Um dos aspectos mais destacados da série é a reconstituição de época. O preciosismo com os detalhes não está presente apenas na ambientação da Nova York dos anos 1960, mas também nas atitudes dos personagens. Por exemplo, uma cena bastante comum é ver os pais fumando na frente dos filhos, inclusive quando estão dando almoço para eles; Os diretores e funcionários da agência consomem bebidas alcoólicas a qualquer hora do dia. Atitudes como essas seriam impensáveis nos dias de hoje, em que o politicamente correto impera.
Outro destaque da série é o elenco, com atuações sempre seguras e personagens que o roteiro, temporada após temporada, torna mais complexos e cheios de dúvidas. Como a série se passa durante os anos 1960 espere na trilha sonora uma gama variada de estilos musicais da época: rock n´ roll bem no seu início, blues, jazz, R&B, gospel, Beatles e uma seleção espetacular de artistas. A junção de todos esses elementos produziu cenas icônicas como a apresentação de Don Draper do “carrossel” da Kodak, a campanha da agência para ganhar a conta da jaguar e a campanha para a Lucky Strike tentando convencer o público a não abandonar a marca, a despeito da comunidade científica começar a divulgar os males oriundos do cigarro.
Gostaria de dedicar pelo menos um parágrafo para falar de Joe Ham e Elisabeth Moss, respectivamente Don Draper e Peggy Olsen. O primeiro faz um trabalho fabuloso fazendo o inverso do convencional. Em vez de “passar emoção”, ele se revela um grande ator ao mostrar um personagem que muito raramente demonstra a dita “emoção”. A segunda injeta ambição e obstinação em uma personagem que ganha destaque maior a cada temporada. Os diálogos entre eles estão entre os melhores da série.
Um coisa é certa! Goste ou não de Mad Men, o mundo da publicidade jamais será visto com os mesmos olhos!

3 comentários:

  1. Grande Fernandão! Esta série deve ser maravilhosa!

    Belo texto!

    Abraço, Giba.

    ResponderExcluir
  2. Grande Fernando. Belo texto#2!

    Um abraço,

    André

    ResponderExcluir
  3. Eu sou a pessoa mais suspeita pra falar dessa série, porque sou completamente apaixonada por ela. Ela mostra o que acontece no meio das agências de Publicidade até hoje! Processos mudaram, outras mídias surgiram, mas a ideia, a criatividade, o egoísmo e, ao mesmo tempo o trabalho em equipe, fazem parte da dinâmica do meio publicitário. Além disso, figurinos, enredo, ambientação, diálogos e, principalmente, as campanhas justificam o motivos de tantos prêmios e porque a quinta temporada bateu todos os recordes de premiações em todas as edições do EMMY. Parabéns Fê, belíssimo texto!

    ResponderExcluir