quinta-feira, 2 de julho de 2015

Chasing Yesterday: Noel Gallagher´s High Flying Byrds - Por Fernando Lucchesi




Se há alguns atores que não conseguem se livrar do estigma de um papel, alguns músicos também não conseguem se livrar de alguns dos seus sucessos ou de sua antiga banda. Noel Gallagher bem que tentou no seu primeiro disco com seu novo projeto, o homônimo High Flying Byrds. O disco tinha canções ótimas e muito bem trabalhadas do ponto de vista de arranjos e melodias como “The Death of You and Me e “Wrongbeach. Após um hiato de pouco mais de três anos ele volta com o mesmo projeto e um novo disco, Chasing Yesterday. No entanto, basta ouvir a primeira música do álbum para percebermos de imediato que Noel Gallagher ainda não se livrou dos fantasmas do Oasis e de sua canção mais conhecida, “Wonderwal.

Riverman, faixa de abertura, sintetiza todos esses fantasmas que ainda circundam o músico. Tem aquele mesmíssimo violão de "Wonderwall" sem possuir a maior virtude desta que é uma irresistível levada pop. É somente mais uma música que poderia estar em qualquer um dos piores discos do Oasis. Acrescente-se a isso um solo de guitarra completamente sem sentido e teremos um péssimo exemplo de música “inspirada” em outra. A falta de originalidade não se resume apenas à “Riverman”. “In The Heat of The Moment”, “The Dying of The Light”, “While The Songs Remains The Same” e “Ballad of The Mighty I” são faixas que parecem estar no disco apenas para acrescentar tempo. São enfadonhas e sem um pingo de originalidade nos arranjos, além de terem melodias pouco cativantes.

Os melhores momentos do disco estão na segunda metade. Há algumas faixas que merecem destaque. “The Mexican” com sua levada “stoneana” e um excelente riff talvez seja o ponto alto do disco. As melhores faixas do disco, na verdade, são aquelas em que o músico arrisca colocar as músicas mais aceleradas e levar mais para um lado rock n´roll.  Funcionam bem nesse sentido “Lock All The Doors” e “You Know We Can´t Go Back”. A exceção a essas faixas mais aceleradas é “The Right Stuff”, mais próxima de uma balada, mas com um ar soturno com trechos de sax e efeitos psicodélicos. O backing vocal de Joy Rose ajuda a ressaltar esse caráter psicodélico da música.

Se há um adjetivo para classificar Chasing Yesterday é mediano. Metade das faixas têm ótimos arranjos ou melodias e outra metade carece de um mínimo de inspiração. Tomara que num próximo álbum, Mr. Gallagher retome a inspiração do primeiro disco do High Flying Byrds.

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