domingo, 16 de novembro de 2014

Royal Blood - Mais uma Grata Salvação do Rock - Por Fernando Lucchesi

Royal Blood Band

A imprensa britânica busca insistentemente e em bases quase semanais encontrar uma banda que seja a dita “a salvação do rock” (como se o rock fosse um gênero moribundo que necessitasse de um salvador para voltar a dominar as paradas de sucesso). Em 90% dos casos, essas “melhores bandas de todos os tempos da última semana”, como diriam os Titãs, pegam a via expressa para o ostracismo.  

O Royal Blood faz parte dos benvindos 10% restantes. O duo britânico irá lembrar num primeiro momento White Stripe e The Black Keys, bandas que eram compostas por apenas dois componentes. Mas não se engane! O Royal Blood não chega perto do Blues/ Soul do Black Keys, tampouco do Blues/country evidenciado no White Stripes. O que diferencia o Royal Blood das outras duas bandas é primordialmente a ausência do instrumento mais característico do Rock: a guitarra. Isso mesmo: Não há guitarras no som da banda. Há apenas um baixo (que ao ouvir você irá jurar que é uma guitarra) e bateria.

O Royal blood é em termos sonoros um filhote tardio do Grunge e de bandas pioneiras do Heavy metal como Black Sabbath e Led Zepelin. É possível ainda perceber riffs inspirados em Queens of the Stone Age e referências ao Wolfmother (escute ”Blood Hands” e você verá como a voz lembra intencionalmente Andrew Stockdale). O som, extremamente pesado, muito também pelo uso isolado do baixo, pontua o álbum do começo ao fim.

Não me recordo de recentemente ter ouvido um disco tão coeso de uma banda estreante como o disco desse duo britânico. Não há uma única música que não valha a pena escutar no disco. Se você ainda não conhece o trabalho da banda recomendo o primeiro single da banda “Little Monster”. É possível que a banda se torne derivativa? Sem dúvida. Afinal de contas, ninguém grava um disco tão espetacular como esse na sua estreia e sai incólume.




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