terça-feira, 2 de abril de 2013

O Que Eu Vi no Lollapalooza 2013 - Por Giba Carvalho


São Paulo, 02 de Abril de 2013. Segue compilado dos shows que escolhi assistir na minha primeira noite do festival:

Tomahawk – assistir a qualquer coisa que Mike Patton esteja envolvido é garantia de no mínimo ter a curiosidade aguçada. Já conhecia Oddfelows, último disco do Tomahawk. Achei a apresentação muito boa em todos os sentidos. Claro, pouco conhecida do público e, principalmente da grande maioria dos presentes, que aguardavam ansiosamente o Franz Ferdinand. Patton e sua trupe não fizeram feio. Soltaram o peso da tríade guitarra, baixo e bateria, acompanhados da voz ainda incrível do cara. Certamente um dos 3 melhores “frontmans” ainda em atividade no rock mundial. Simpático como poucos e com um repertório vasto de português (principalmente palavrões), o cara soube comandar o público. E saiu com a impagável – “Sou cachaceiro”.


Franz Ferdinand – por incrível que pareça, este foi o melhor show para o público presente em sua maioria. A banda soube aproveitar cada espaço do palco e cada acorde proferido a seu favor.  Com uma mescla muito bem feita dos seus trabalhos o Franz Ferdinand animou até pessoas que são longe de ser fã da banda (eu sou um destes). Outro fator bastante relevante é a qualidade dos seus guitarristas. A dupla formada por Alex Kapranos e Nick McCarthy  (este um grande guitarra-base) completa-se de forma impressionante. Lembro de comentar com um amigo no meio do show, que tal completude me fez recordar dos bons tempos dos Los Hermanos e a junção Camelo – Amarante (dois bons guitarras-base numa mesma banda).  Um show para ficar na memória de quem é fã.


Queens of The Stone Age – se pudesse resumir a apresentação da banda no festival em uma palavra, a mesma seria – DEMOLIDORA. Com o QOSA não tem essa conversinha de rock n´roll bonitinho e cheio de notas doces e melódicas. Como afirmou Fernando Lucchesi  - “O QOSA é uma banda que não abre concessão alguma em seu estilo de fazer o rock n´roll acontecer.”
 In-loco o público parecia bastante assustado com o que estava acontecendo. A banda não tem vergonha de tocar alto e de ser suja no que faz. Este é um ponto de extrema relevância para mim. Creio que faltam mais grupos deste estilo na música atual. Muitos buscam a fórmula do “bonitinho” e poucos chutam o pau da barraca e metem o pé na porta como o QOTSA. Obviamente, a banda precisa pegar ritmo novamente por conta de todo este hiato que ocorreu entre os discos Era Vulgaris e o recente Like Clockwork. E pelo que vi e ouvi do disco novo, este ritmo virá com muito pouco tempo.

Observação – o QOTSA estreou neste show o baterista John Theodore, ex- The Mars Volta. E o rapaz correspondeu muito bem às expectativas.


The Black Keys – minha consciência está muito tranquila sobre o que irei dizer. Se existe  personificação de banda superestimada esta é o The Black Keys. Muito antes do festival uma  dúvida pairava sobre meus pensamentos. “Respeito o The Black Keys, mas ainda não é banda para encerrar festival do porte do Lollapalooza.” E este pensamento foi confirmado com o que pude assistir na noite do sábado passado. Ressalto que a banda foi muito prejudicada com a qualidade do som do seu show. A parte do meio para trás da plateia só teve acesso ao som que saía do palco. E, novamente, a organização do festival pecou neste ponto. Mas, não posso esquecer que a banda só possui um trabalho relevante na sua história. O último disco El Camino, que no meu conceito é um disco nota 6.0, e que para a grande maioria que acha tudo “genial” é a revolução do rock n´roll. Este disco foi o único grande responsável pela escolha dos caras para ser red line do Lollapalooza.  Não sei onde li a frase, mas concordei com tudo que nela consta – “The Black Keys não passa de um White Stripes com um baterista melhor e um guitarrista menos talentoso.”

Puro modismo para uma banda que pode ainda fazer muito mais do que apenas um disco que chame atenção do público. E nenhum modismo dura mais do que uma hora para um público que entende de alguma coisa de música e apresentações ao vivo. Pelo menos 30% do público já tinha ido embora após a primeira hora do show dos caras.  Show apático, sem graça e identificação.


Resumo da noite

Considero que minha primeira noite no Lollapalooza foi legal, mas aquém das minhas expectativas. Formada por bandas que no máximo chegam ao segundo escalão de bandas de rock n´roll e por várias outras que tive que fazer escolha de não assistir por opção. É, meus caros, festival tem que ser assim mesmo. Arrependimento? Gostaria de ter assistido ao Alabama Shakes que tem a boa vocalista Brittany Howard e guitarras bastante interessantes. De resto, dou graças a Deus não ter chegado perto de coisas como Vanguart e só de ter ouvido o som de outra personificação ridícula de música chamada Criolo.

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