domingo, 1 de abril de 2012

Pérola do Esquecimento - Gilberto da Costa Carvalho



Foi com imensa tristeza que recebi a notícia do falecimento do sambista baiano Ederaldo Gentil. Havia alguns anos que o mesmo estava afastado por conta de uma depressão. Recordo, como se fosse hoje, quando Ernesto Favela do Trio Pouca Chinfra me apresentou a esta jóia da música nacional. A primeira impressão que tive, ao ouvir "O ouro e a madeira", foi de uma composição existencialista como poucas.
Ederaldo era um compositor de riqueza poética como poucos na Bahia. Seus primeiros passos foram no Largo Dois de Julho nos antigos carnavais de avenida. Depois ficou interligado aos grandes blocos como Os Apaches do Tororó e a Escola de Samba Filhos do Tororó.
Um fato histórico de sua carreira, ocorreu no ano de 1970, quando nove das dez escolas de samba de Salvador, desfilaram com sambas de sua autoria. Ederaldo já mostrava a que vinha.
O que mais impressiona,é que o referido sambista, teve seu último disco oficial gravado em 1983.  Apenas em 1999, Companhia Petroquímica do Nordeste - COPENE, apoiou seu amigo Edil Pacheco a lançar o disco intitulado "Pérolas Finas", com nomes da MPB cantando canções de Ederaldo.
Fico triste pela perda e muito mais triste com aqueles que esquecem de compositores do quilate de Ederaldo Gentil. Sem sombra de dúvidas, ele foi mais uma vítima da doença chamada Axé.


Aproveito a oportunidade para agradecer ao amigo Júlio Rangel por ter me comunicado.

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