sábado, 5 de maio de 2012

O lado negro do coração - por Gilberto da Costa Carvalho


 
Caros leitores do Blog Variações para 4, eu prometo que no ano que vem não peço absolutamente nada que seja contra o bom senso. Na virada de 2011 para 2012, muitos testemunharam o meu pedido (além dos normais – saúde e etc e tal):

“Gostaria que em 2012, as pessoas levantassem menos a bola pro meu lado! Que não deixassem a pelota quicando lindamente esperando aquele chute (que pega na vêia) ou aquela cortada que proporcionará uma grande medalha ao adversário”.

     Eu explico! O culpado disso é o Sr. Gustavo Paes! Precisamente às 05:13 da manhã de hoje, vi um post do mesmo no facebook. No referido, a música “Time is running out” do Power Trio britânico Muse.  O grande problema da questão foi que a bola começou a quicar lentamente na minha frente afinal, o “Cauby Peixoto do rock nacional” é que entoava a canção. De quem estou falando?  Deixem para o final... Por favor.

     Confesso que às vezes eu sou cruel comigo mesmo. Fui buscar na internet este “lançamento” intitulado Black Heart e ouvi o mesmo de cabo a rabo. Em termos de repertório o disco está longe de ser fraco. Muito pelo contrário! Trata-se de uma compilação do idealizador do projeto para homenagear bandas as quais ele admira bastante. Muito justo! Já em termos de arranjos, instrumentação, vocais, backround vocals e todo resto é uma verdadeira hecatombe sem proporções.

     Analisando comentários gerais sobre o disco, a palavra que mais encontramos é: KARAOKÊ. E eu afirmo que é isto mesmo! Os arranjos são uma piada de péssimo gosto com qualquer pessoa que um dia tenha ouvido os clássicos em questão.  A versão de “Love will tear us apart now”, tem um arranjo muitíssimo parecido com o famigerado joguinho de Master System -  Alex Kidd in The Miracle World. E olhe que pelo tempo que foi feito, o arranjo do jogo ainda é melhor. “Suspicious Minds” certamente fez Elvis revirar na tumba achando um crime esta versão “sonhei que era o The Police”. “Steady as she goes” dos medianos Racounters (hoje Sabouteurs) virou uma cópia descarada do melhor estilo surffer do Midnight Oil (isso é a cara do vovô garoto em questão). “Dancing Barefoot” de Patti Smith faz vergonha a qualquer rockeiro nato! Inclusive, acho que a mesma renegaria o gosto pessoal do “cantor” em afirmar que ela é um ícone para o mesmo. Ainda falando desta versão, imaginem um violino estilo “western saloon” tão desafinado e sofrível como o que fizeram com o refrão. Agora vamos falar sobre formas geométricas. Sendo mais específico, vamos falar sobre a linhas retas e círculos. O que este elemento fez com “There´s a light that never goes out” do Smiths é um crime musicalmente geométrico! Principalmente se falarmos em Morrisey, que possui um balanço vocal diferenciado e de um gênio da guitarra chamado Johnny Marr. Na versão “Black heart” o começo é o fim. Similar a um cachorro correndo atrás do próprio rabo. O restante do disco é aquela mesmice, salvo “le grand finalle”. 

     Existem músicas, que por mais que o tempo passe, ficam imortalizadas em apenas uma versão. O primeiro “single” de trabalho do disco é uma composição de Prince (eu gosto desta música), que ficou mundialmente conhecida e imortalizada por Sinnead O´Connor em 1990. No entanto, assim como afirmou o Altamente Ácido, esta versão me faz crer que existe subsolo no inferno! Deixo este “presente” para vocês, como o grande final do “Black Heart”. Quiçá fosse do “Peidinho” Ouro Preto.


E fica meu apelo: “Sr. Dinho Ouro Preto: por favor, não tente acabar com o rock internacional como você insiste em fazer com o rock nacional. Ou então, abandone a carreira de "cantor" e assuma a pose de "modelo vovô tatuado", que adora tirar a camisa nos shows para que as menininhas molhem as calcinhas sonhando em namorar um rapaz de tatuagens, mas não fazem com medo dos pais."

Sem mais...











4 comentários:

  1. Que coisa horrivel DEUS! Versão de participante de programa do Raul Gil. Além do clipe buçanha!

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  2. Eu li o texto,inicialmente, sem reparar que era o autor e, de cara, vi logo que era Gilberto. Hahahaha...É só o que Dinho Ouro Preto sabe fazer, coisas lindas são complicadas demais pra ele.

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  3. Fiquei com "vergonha alheia" desse vídeo...

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  4. Eu detesto o Capital Inicial e odeio a postura desse cara! Depois deste disco então...

    Gilberto da Costa Carvalho

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