sábado, 12 de maio de 2012

Vulgar Display of Power - 20 anos - por Gilberto da Costa Carvalho

     


     Vasculhando um passado cada vez mais distante, retorno Rua Sete de Setembro – 105 – Centro do Recife.  Aos sábados pela manhã, eu e os “dois Gustavos” (Papita e Guga Mocó) costumávamos nos encontrar para olhar as novidades sonoras que eram lançadas no mundo obscuro do rock n´roll. Numa destas idas, nos deparamos com um “soco na cara” de grandes proporções. Estou falando de Vulgar Display of Power, disco do Pantera (banda que na época já estava estourada pelo antecessor – Cowboys from hell).  Um fato muito interessante, é que o dinheiro da “mesada” era todo revertido em discos. (E Miranda não dava um desconto pra moçada).  Desta feita, os poucos reais logo viraram 3 discos iguais, para cada um dos adolescentes que se aventuravam no mundo da violência sonora.
     O referido disco foi composto quase que totalmente em condições sub-humanas. Rex Brown e Phil Anselmo alugaram um apartamento bastante vagabundo ao lado do estúdio de gravação. O dinheiro era curto, e os caras compraram uma bicicleta para ter como se deslocarem até um posto para conseguir sanduíches e cervejas para o pós-gravação. Era o que tinham para comer.
     Musicalmente falando, Vinnie Paul afirmava que a idéia do disco era “ter uma guitarra semelhante a uma motoserra e que a bateria tivesse pegada!”. As músicas eram compostas pelo trio guitarra-baixo-bateria e só depois os mesmos passavam para Phil Anselmo compor as letras. A primeira audição era em conjunto e como afirma Paul – “Phil ouvia e dizia – Porra cara, isso é muito do caralho!” O grande segredo do Pantera era o trabalho em equipe.
     O nome Vulgar Display of Power, é oriundo do filme - O Exorcista! E foi idéia de Phil Anselmo colocar o mesmo como nome do album. Segundo ele: “este nome grudou na cabeça e não saiu mais.”
O Pantera ainda passou para a gravadora, que gostariam de algo bastante vulgar na capa. Um murro na cara de um sujeito. Daqueles bem dados. A tentativa inicial foi muito mal sucedida. Colocaram um cara levando um murro com uma luva de boxe. A banda vetou! Disseram que tinha que ser algo mais real mesmo. “Algo da rua!” – segundo Phil. Hoje sabemos que um maluco ganhava 10 dólares por soco, até acharem a capa ideal. Detalhe – foram 30 tentativas.
     Outro fato bastante interessante, é que ainda hoje, encontramos garotos novos e totalmente fanáticos pelo Pantera. O Vulgar Display of Power já vai transcendendo a segunda geração de vida e mantendo acesa chama de uma das maiores bandas de Trash-Metal que já ouvi. E este fato torna-se mais relevante quando analisamos o que já saiu e nasceu na música. Inclusive, há alguns anos atrás, surgiu uma vertente nova dentro dessas bandas de peso. O “conhecido” NU Metal.  Algumas bandas alcançaram até um estágio de qualidade maior, no entanto, ao ouvir toda e qualquer banda destas, é inegável a influência quase que total das grandes bandas que já existiam. O pior, é que na época os fãs deste tal Movimento NU metal,  afirmavam suas asneiras aos quatro ventos: “Eu detesto Pantera e Sepultura!” E eu rebato! “Korn é uma banda de adolescente americano problemático e traumatizado. Limp Bizkit é apenas o baixista (o melhor de todas estas bandas). Slipknot é a melhor delas, mas, ainda assim, não bate com meu gosto pessoal (essa historinha de máscara definitivamente não é comigo). O que falar dos “Papa Roaches”, “Coal Chambers”, “Deftones” e até mesmo do System of a Down (que fez um show no Rock in Rio do ano passado que mais parecia um baile de debutantes)?”
     Voltando a falar do que interessa, sugiro aos amigos que escutem este disco com bastante atenção. As pessoas não podem deixar de ouvir duas pedradas – “Mouth for war” e “Fucking Hostile”, o hino chamado – “Walk” e as baladas – “This Love” e “Hollow”.
Rendo todas as homenagens a este álbum que comemora 20 anos e ao Pantera, uma das melhores bandas que já escutei.



 

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