Café...
Apreciado desde que o homem se
configura em sociedade moderna, tem seu consumo iniciado em remotos tempos da
antiguidade ocidental. Supostamente tendo sua origem na Ethiópia¹, era consumido
ao mascar das folhas pelos trabalhadores de atividades agrícolas (assim como a Erythroxylum
coca) para dar mais energia nas suas
atividades diárias.
O apreciador de café além de
distinguir no paladar a dosagem da torra do grão, a acidez, os aromas frutados
ou as complexas características que definem a região e/ou país de plantio, tem
no primeiro gole(ou único) uma explosão de sensações vitais que começam nas
atividades instintivas do corpo até atingir fatores psicológicos.
Tendo seu composto rei a tão
idolatrada e repugnada cafeína, substância essa da família das “xantinas” que
age como eficaz estimulante para o sistema nervoso central e dilatador dos
vasos sanguíneos, o consumo de café tornou-se para muitas pessoas um habito
diário e inerente ao começar de um árduo dia de trabalho.
Podemos dizer que este fruto outrora
foi um produto tão valioso quanto o petróleo. Expedições, escravaturas e
guerras também foram travadas em busca do domínio desta mercadoria. Então, caros
leitores, até por um fator cultural o café merece sua devida importância e
respeito.
Decorrente de minha experiência
atual em estar morando num país europeu (Portugal) e tomando algumas xícaras
diárias de bons e verdadeiros caffès espressos²,
começo a pensar que tomar café não é um hábito, mas sim um “estilo de vida”.
Aqui se toma um curto (ristretto) após
o café-da-manhã, após o almoço, após o jantar, com o lanche da tarde, antes da
cerveja a noite, etc. Ou seja, praticamente em todos os momentos que ingerimos
alimentos no decorrer do dia. Obviamente por motivos
ideológicos e/ou de saúde, não costumo ultrapassar duas ou três doses diárias, mas
entendo a opção de quem chega a tomar vários diariamente. Pra quem precisa de “energia”,
melhor bebida não há.
Sendo assim, aproveito este texto
para homenagear o local onde serve o melhor café do mundo. Chama-se “Café
Batista”. Localizado em Vizela, norte de Portugal, cidade onde trabalho (como
professor) e tenho o prazer de frequentar. Ambiente vigoroso, cheio de senhores
de idade reclamando da crise, do governo, da troika, do Benfica (porque do FC
Porto não se tem do que reclamar atualmente), jogando seu carteado e esperando
a vida passar. Chego lá...dou um “boa tarde” pro dono, encosto no balcão e fico
satisfeito porque nem preciso fazer meu pedido. Meu “café forte pingado”³ vai
ser servido impecavelmente saboroso como sempre é. Pago, me despeço, fumo um
cigarrette e estou pronto para o início de uma tarde de trabalho e criatividade.
E você? Como gosta do café?
¹ Wikipédia.com
² Decorrentes das máquinas italianas de pressão à vapor,
iventadas para fins comerciais em meados do século XX.
³ Ou como dizemos em algumas regiões do Brasil, “café
cortado”.
Grande deleite com café, meu caro Angelo. Parabéns. Esse negócio de certos cafés para cada momento do dia é excepcional. Na Itália também há isso. Quer ver algo mais rico do que uma mistura entre café, leite, chocolate, açúcar e canela? Pois é; alguns frades o fizeram na Europa no período das Grandes Navegações. Como você teceu um paralelo entre o café e o petróleo, eu tento imaginar como se devia valor uma bebida que se misturava com ingredientes oriundos de locais tão longínquos! Abração.
ResponderExcluirBoa, Angelito! Como disse um sábio: "Não há vida sem café!". Eu concordo plenamente! Há pouco, descobri que em Taquaritinga do Norte produz um excelente café que é em grande parte exportado para o Japão (90% da produção). Chama-se Yanguara. Uma beleza!
ResponderExcluirCafé: o segredo das mães se manterem acordadas durante o dia!:)
ResponderExcluirMelhor energético produzido pela natureza, não faz mal - ao contrário, pode ser consumido por crianças e é uma bebida quente e reconfortante. Salve a "bica"!
ô hermano, texto bem escrito danado. Deu até vontade de tomar uma dose.
ResponderExcluirAbraço forte a todos!
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