O cinema está
às escuras. Da tela ouve-se a voz de alguém, mas nenhuma imagem aparece. O
público começa a se inquietar, pois percebe que o filme já deveria estar com
imagens. De súbito, na tela negra surge o título do filme. A câmera então nos
transporta para dentro da O2 arena em Londres e nos convida a celebrar um das
noites mais memoráveis para novos e antigos fãs de rock n´roll, todos unidos
por uma gama variada de sentimentos como nostalgia, devoção e curiosidade.
Assim foi a
experiência de assistir “Led Zeppelin: Celebration Day” na noite do Sábado (03/11/2012). Logo de início, a
bateria já denunciava o que estaria por vir: “Good times, Bad times”, primeira
música do álbum de estreia. No palco, os “jovens senhores”, Robert Plant, Jimmy
Page e John Paul Jones demonstravam que a noite seria longa. Auxiliados por
Jason Bonham (filho do falecido baterista, John Bonham), os três propiciaram,
literalmente um espetáculo. Logo a seguir, mais dois clássicos, “Ramble on” e “
Black Dog”. A essa altura a plateia já
estava ganha. Percebendo isso, eles se arriscaram com a longuíssima (porém, não
menos bela) “In my time of Dying”. Algo que deve ser ressaltado é que o set
list contemplou praticamente todas as fases da banda, o que abriu espaço para
músicas menos conhecidas como “Nobody´s
fault but mine” e “ For your life (esta
executada pela primeira vez), ambas do disco “Presence”. O desfile de clássicos
não parava. Ia da emocionante e etérea “Since I be loving you” à épica “
Kashmir”, passando pelo maior sucesso da banda “Stairway to heaven”( esta, numa
versão muito aquém do original).
Números
clássicos do Led Zeppelin também tiveram vez. O primeiro foi o trecho em que
Jimmy Page toca a guitarra com um arco em “Dazed and confused” (em uma pirâmide
de neon de gosto bastante questionável). Felizmente, dessa vez, ele foi
econômico e não tornou uma música impactante (dentro da sua concepção original)
como “Dazed and confused” num epopeia infindável de 28 minutos como a versão do
filme “The song remains the same”. O segundo momento é quando o mesmo utiliza
uma guitarra de dois braços em “Stairway to haven”. Desta vez, a versão do show
de 1975 foi superior
Apesar de a
banda ter ensaiado por apenas seis semanas,
houve mais acertos do que erros na execução das músicas. O público que
conhece minimamente as músicas da banda irá perceber que elas não são
executadas tão intensamente como em outros tempos. O andamento das músicas é
muito mais cadenciado, tanto pelas limitações físicas dos músicos, como pela
limitação vocal de Robert Plant, que obviamente não consegue executar os vocais
com a mesma precisão de outrora. O destaque dos músicos fica por conta do
baterista Jason Bonham. Assim como o pai, ele espanca “gentilmente” a bateria
em sequências intensas.
O final
catártico com “Whole lotta Love” e “Rock and Roll” nos deixa a sensação de que
o Led Zeppelin ainda tem muito a nos oferecer, mesmo que não produzam nada há
mais de trinta anos e nos dá a certeza de que eles estão, definitivamente, no
panteão dos maiores do rock n´roll.
Se não fosse por John Paul Jones, eu não seria baixista! A linha que ele faz em "The Lemon Song" mudou a minha vida. Eu tinha 11 anos e soube naquele instante que o baixo seria meu instrumento! Texto arretado, Fernandão!
ResponderExcluirIncrível como a mágica do Led Zeppelin resiste ao tempo, com todos os excessos e experimentos que a banda fez ao longo da carreira. Tudo o que veio depois de Physical Graffitti poderia nem ter acontecido, mas ouvir e vê-los nessa fase duvidosa é muuuuuuuuuuito melhor do que as genialidades (sem ironia) que vieram depois. Recomendo o filme em que Page dialoga verbal e instrumentalmente com Jack White e The Edge. Tudo genial! Mas aí a gente vê como o Led Zeppelin voa alto! Fernando Ramos
ResponderExcluirInveja tua, queria ter visto... Agora com o texto deu mais vontade de ir atrás do show!
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