domingo, 27 de abril de 2014

Os Beatles Enquanto Fenômeno - por Bruno Vitorino

Edição de abril/2014 da Rolling Stone Brasil.

Saía eu do Parque da Jaqueira sábado passado para comer uma tapioca com meu filho Theo, após uma tarde de farra e brincadeiras, quando, ao cruzar a banca de jornal, deparei-me com a edição de abril da Rolling Stone que estampava na capa uma foto dos Beatles chegando a Los Angeles em 1964 com a manchete: “como os Beatles conquistaram o mundo”. Como venho há algum tempo me lançando em pesquisas sobre o que viabilizou o Fab Four enquanto fenômeno de massa de proporções globais, fiquei curioso por saber a que conclusões haviam chegado. Como era de se esperar, no entanto, o que encontrei foi um texto bastante descritivo do ponto de vista factual e destituído de análises sobre o contexto histórico em que a banda inglesa estava inserida e as estruturas sócio-econômico-culturais que possibilitaram seu estrondoso sucesso. Na verdade, o artigo do jornalista Mikal Gilmore nada mais é do que um resumo descarado, e um quê sensacionalista, dos fatos narrados no indispensável livro “The Beatles: A Biografia”, de Bob Spitz, sobre o tsunami que foi a chegada do quarteto de Liverpool aos Estados Unidos.

Mas, e o antes? Como quatro garotos oriundos da classe operária de uma cidade portuária e desimportante - do ponto de vista cultural - feito Liverpool, fadados a cumprir um papel proletário na engrenagem social, subverteram o destino histórico que lhes cabia? O que era o rock n’roll para a juventude urbana da época? O que desencadeou a beatlemania? De que modo eles conseguiram revolucionar a produção cultural do século XX e formatar o rock como lucrativo negócio na indústria do entretenimento de larga escala? Que fronteiras estilísticas delimitaram e que conquistas estéticas alcançaram? Finalmente, como e por que viraram deuses? Eram perguntas que ficavam no ar. Não pretendo aqui, antecipo, respondê-las. Isto não é uma dissertação de mestrado em Cultura e Sociedade ou artigo acadêmico cheio de dureza literária e rigor metodológico, é um texto para um blog. Porém, procuro mais compartilhar com os que, pelo prazer da leitura ou desvario do acaso, leem essas linhas as conclusões a que cheguei e, de repente, lançar luz sobre certos aspectos do fenômeno Beatles que passam despercebidos ante a louvação fervorosa do fanatismo e o jornalismo de superfície.

Primeiramente é fundamental ter em mente que as revoluções tecnológicas empreendidas na Era da Indústria se desdobraram para além das macro-esferas da política e da economia e transformaram radicalmente os campos da cultura e a própria organização social do mundo ocidental na passagem do século XIX para o XX, e que foram essas mudanças que forneceram as bases para o surgimento da sociedade do consumo de massa que possibilitou a eclosão do fenômeno Beatles. Do ponto de vista social, o estabelecimento da jornada de trabalho e seu, a princípio mínimo, contraponto lúdico na vida cotidiana do trabalhador da Grande Fábrica propiciou o surgimento de todo um mercado da diversão com o aparecimento de um público disposto a pagar por espetáculos de entretenimento em seu escasso tempo livre e um setor especializado da sociedade que lhes fornecia os produtos culturais adequados para tanto: o futebol, o teatro de variedades, o cinema, as orquestras de baile, as casas de ousadia (por que não considerá-las?); tudo isso surge e/ou se consolida nessa época na vida pública da sociedade pós-industrial.

Especificamente no que diz respeito à música, as inovações tecnológicas proporcionaram sua gravação e reprodução, pondo em segundo plano a até então obrigatória comunicação direta entre o instrumento e o ouvido humano. Com a revolução da reprodutibilidade técnica da arte de organizar os sons, o seu consumo passou a ser indireto e virtual, ou seja, desumanizado, pois a fruição estética da música não mais requeria a experiência ao vivo. Agora era possível chegar em casa e por a vitrola (no princípio era o fonógrafo) para tocar e se deleitar com o som “real” e “miraculoso” que preenchia o lar. Isso permitiu não somente que artistas passassem a atingir públicos antes inimaginados, como também ampliou significativamente o escopo mercadológico da música, exigindo da nascente indústria cultural a instrumentalização de toda essa vasta cadeia produtiva que se configurava, de modo a melhor explorá-la – do luthier ao produtor executivo, do compositor à equipe de marketing. Como bem disse o historiador Eric Hobsbawn, foi a lógica combinada da tecnologia e do mercado de massa que promoveu a verdadeira revolução das artes no século XX, promovendo a democratização do consumo estético[1]. Algo que indubitavelmente beneficiou a eclosão de uma banda como os Beatles.

O mundo que surgiu após a Segunda Guerra Mundial aprofundou e desenvolveu ainda mais essas estruturas na trama das relações humanas. Superados o terror e as privações do conflito, sobreveio um grande desenvolvimento econômico para as democracias liberais da Europa Ocidental e os Estados Unidos – os vencedores da guerra, obviamente – e uma intensificação das relações comerciais entre esses Estados que gerou o aumento da sua classe média e uma maior irrigação financeira de sua tessitura social. Com isso, o bem-estar foi colocado no cerne da vida público-privada dessas sociedades e institucionalizado como política pelos governos. E nesse sentido, vale destacar o crescente espaço ocupado pelo ócio na vida do cidadão urbano comum. Assim, com mais dinheiro na carteira e o aumento do tempo livre no dia-a-dia do trabalhador médio dos centros urbanos, a indústria da diversão, atrelada à publicidade e às conquistas tecnológicas do pós-guerra[2], encontrou terreno fértil para se multiplicar e se estabelecer como fonte primária do fornecimento da Cultura. Dessa forma, os valores tradicionais que ligavam a Arte a um caráter artesanal, pessoal, reflexivo e transcendental (e que soavam elitistas e esnobes), foram substituídos pela massificação, pelo espetáculo e pelo mais puro e simples viés lúdico. Nascia o establishment pop que acolheu os Beatles.

Nesse contexto, é possível entender como o rock n’roll se consagrou como o universo simbólico do jovem urbano, indo muito além da música em si. A abertura dos parâmetros morais da sociedade (a começar pela vida sexual), a necessidade de um novo arcabouço ideológico para alicerçar a compreensão do mundo tal como se apresentava e certa rebeldia que se instalava no âmago da juventude por conta de uma angústia existencial e um tédio crescentes - bem como uma tendência clara à fuga da realidade – exigiam uma nova forma de ser e se expressar. O jazz, até então música urbana por excelência e que trazia em seu público uma maioria jovem, não atendia a essas demandas. O swing, com suas grandes orquestras, crooners e toda a pompa e circunstância dos ballrooms, soava enfadado e exalava uma morbidez senil; era afinal uma música do passado, do tempo de seus pais. Por sua vez, o jazz moderno – bebop, cool, hard bop – com sua linguagem rebuscada, seu ar intelectualizado e sua perspectiva contemplativa da apreciação estética que escavava um abismo profundo entre artista e público, denotando um distanciamento e frieza impenetrável à tietagem e veneração, afastou de vez a juventude de seus domínios. Algo que se tornou ainda mais grave nos anos 1960 com a eclosão do free jazz que trazia severas rupturas musicais e engajamento político mais incisivo. Era necessário algo mais simples, direto, visceral, redentor, um tanto desaforado e que combinasse com o showbiz. O rock caía como uma luva.

Isso esclarece o porquê da proliferação, nessa época, de tantas bandas de rock ao redor do globo e o crescente interesse das gravadoras em encontrar no meio delas sua mina de ouro. Se Elvis Presley com sua voz grave e seu requebrado “obsceno” deu o pontapé inicial à disseminação do rock enquanto cultura jovem urbana (e lucrativa sob ótica da indústria cultural), foram os Beatles e seu Iê Iê Iê que conseguiram, contudo, captar o clamor juvenil por uma identidade e condensar imenso talento artístico, pitadas de insolência, boa dose de carisma e uma capacidade incrível de pôr a mídia a seus pés e de se conectar com o público; requisitos necessários para se tornarem um fenômeno de proporções planetárias. “Please, Please Me”, segundo single dos ingleses lançado no início de 1963, foi um estouro e a fagulha que acendeu a chama da beatlemania. “Ela (a canção) concentra os principais elementos do som emergente do grupo: melodias cativantes, letras inteligentes, harmonias fluidas com três vozes, instrumentação ágil e acordes dinâmicos estruturados em padrões que transformaram um estilo já cansado.”[3] O sucesso desse compacto retira o quarteto da periferia do rock britânico e os coloca no epicentro do cenário inglês. Conquistar os Estados Unidos seria o “próximo passo” mais natural a ser dado.

O que se segue a partir daí é bastante conhecido: histeria, multidões e delírio. Mas, duas coisas me chamam a atenção no tocante à invasão aos EUA e seus desdobramentos. Primeiro é que os Beatles conseguiram reverter o sentido do fluxo cultural do establishment. Até então eram os norte-americanos que ditavam as regras do manancial da música pop, mas isso fora mudado com o interesse estético e mercadológico, desencadeado pelo Fab Four, quanto à produção inglesa e que abriu as portas para que proeminentes grupos britânicos inundassem o mercado estadunidense, naquilo que se convencionou chamar de British Invasion. Inicialmente, Dusty Springfield, Yardbirds, The Rolling Stones e, um pouco depois, The Mood Blues, The Who, Cream, Led Zeppelin, Pink Floyd, Black Sabbath, para citar só alguns. (Vale lembrar que um tal Jimi Hendrix teve de se refugiar em Londres para que pudesse ser descoberto e ouvido em seu próprio país). O outro ponto que me salta aos olhos é a discussão sobre o caráter transitório do grupo. “Seriam os Beatles uma moda passageira?” era uma pergunta que frequentemente ecoava nos meios de comunicação. Ninguém entendia ao certo o que se passava, e a pouca perspectiva histórica que a trama dos fatos revela enquanto acontece levava muitos (inclusive os Beatles) a se questionar sobre a durabilidade de seu sucesso. Até quando quatro rapazes de terninho, com cabelos atrevidamente grandes, cantando sobre segurar a mão da garota amada ou o segredo de uma paixão adolescente, a distribuir sorrisos e piscadelas à plateia eufórica iriam durar? Jack Gould, o redator de televisão do New York Times, foi categórico: a banda (e todo o gigantesco furor a sua volta) “parecia ser um belo placebo para as massas”[4]. E ele estava certo! Naquele momento... Mas aí veio o grande salto que consagrou os Beatles à História.

Não obstante o sucesso da banda, o descontentamento se apossava de seus integrantes. Estavam fartos de ser o baluarte da verve adolescente, da irracionalidade da beatlemania e, principalmente, do viés mercadológico e artificial que sua música havia assumido. Existia uma imanente necessidade de se lançar a voos estéticos mais ousados, acolher os pensamentos interiores mais recônditos e expressar os sentimentos que paulatinamente brotavam no âmago de cada um. John queria mergulhar em sua faceta mais política e discorrer sobre suas emoções reprimidas; Paul gostaria de explorar mais detalhadamente a construção narrativa de suas letras e libertar de vez sua incansável curiosidade musical; George desejava materializar em canções sua consciência cósmica; e Ringo queria simplesmente acabar com toda aquela loucura. Não fazia mais sentido, portanto, continuar escrevendo músicas ingênuas em terceira pessoa, com poucos acordes e estrutura simples para o entorpecimento frenético de uma juventude vã, como “She Loves You”, por exemplo. Os Beatles amadureciam, entravam na vida adulta, e, logo, mudavam a maneira de enxergar as circunstâncias que os rodeavam e os caminhos que haviam trilhado até então. Buscavam-se agora letras de caráter confessional, reflexivas e profundas do ponto de vista poético, progressões harmônicas mais complexas, experimentar novas técnicas de gravação, instrumentação e arranjo; enfim, dar livre vazão a sua imaginação criativa. “In My Life”, faixa do disco “Rubber Soul” de 1965, parece-me ser a primeira grande prova dessa mudança de sentido estético/estilístico. Com essa guinada, os Beatles deixaram de ser meros entertainers para se tornarem artistas propriamente ditos, subvertendo a lógica de mercado e insuflando no establishment pop, diga-se, alguns preceitos modernistas da Arte até então ignorados, como a integridade estética do artista, a elaboração temática de um trabalho, a preocupação com o conteúdo e a densidade expressiva da obra. Deixaram de ser uma banda de palco, devido às limitações físicas das apresentações, para se tornarem uma banda-conceito nas infinitas possibilidades do estúdio, tendo o disco como o suporte de seu fazer artístico. “Revolver”, “Sgt. Peppers”, “White Album”, “Abbey Road”; disco após disco, eles apontavam novas direções. De habilidosos compositores de sucesso a gênios criadores de um universo artístico cheio de significado interno e dinâmica; de ídolos de uma geração a deuses transformadores dos rumos da História.

Após refletir sobre tudo isso, e ouvir “Because” pela enésima, só me resta perguntar: como ignorá-los depois de tudo isso?!




[1] HOBSBAWN, Eric; “Tempos Fraturados: Cultura e Sociedade no Século XX”, Companhia das Letras, 1ª edição, São Paulo, pág. 290.
[2] No tocante ao salto tecnológico no ramo musical, só para citar algumas inovações, temos surgimento do disco de 45 rotações, as gravações em high-fidelity, os primeiros instrumentos elétricos, sofisticação dos equipamentos de som.
[3] SPITZ, Bob; “The Beatles: A Biografia”, Editora Lafonte, 2ª edição, São Paulo, pág.357.
[4] Idem; pág 468.

5 comentários:

  1. Excelente texto, Brunão! Li o texto da revista e também achei fraco de informações sobre "como os Beatles conquistaram o mundo". Isso só me aguça mais a ler a biografia de Bob Spitz.

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  2. Parabéns pelo excelente texto e por retratar o verdadeiro sentido dos Beatles!!

    Cristina Monteiro

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  3. De uns meses pra cá, além de boas conversas e algumas cervejas, com Bruno Vitorino (e Rick Monteiro), mudei um pouco minhas concepções sobre a arte:o que é, quando acontece, o que A difere do entretenimento??? Sobre isso, e aliada a este texto, seguem minhas considerações sobre o caso dos Beatles. Expõe o autor: "Dessa forma, os valores tradicionais que ligavam a Arte a um caráter artesanal, pessoal, reflexivo e transcendental (e que soavam elitistas e esnobes), foram substituídos pela massificação, pelo espetáculo e pelo mais puro e simples viés lúdico. Nascia o establishment pop que acolheu os Beatles." Qdo você entra numa conversa e se põe a desconsiderar diversas "celebridades" como artistas, é na hora metralhado. Na polêmica do Reginaldo Rossi me coloquei como um daqueles que defendiam o "Rei" como um artista. Hoje não: o vejo tão somente como um entretainer, nada além disso: alguém que canta e ou toca pra te divertir, sem maiores demandas dentro dessa (hoje tão fulgaz e banal) relação. O mesmo ocorre com a Valeska Popozuda: buscaria a Valeska de fato um diálogo in-tenso com seu interlocutor, uma reflexão profunda acerca das relações sociais entre mulheres qdo canta "beijin no ombro"? Acho que não. Assim, qdo num pub ou numa roda de amigos você coloca os Beatles como entretainers (como o foram durante uma fase de sua bombástica carreira), prepare-se meu amigo: aí vem chumbo. A inquisição travestida de jovens cults e universitários, se lhe apresenta tão logo com o intuito de rebater aquela heresia dita com o FAB FOUR. Os beatles, como dito no texto do amigo, são deuses, não podemos contestá-los, criticá-los, adjetivá-los, taxá-los, etc. Por outro lado, terem sido meros entretainers não pode ser relevado, pois foi este fator que levou os próprios meninos de liverpool à estafa de si próprios, do ambiente (do som) ao redor que lhes consumia e os tornava meros "fantoches" do mercado da musica e do entretenimento. No jazz este diálogo aconteceu, mas ninguém em 1960 queria entrar neste oceano profundo de abstrações e elocubrações que geram o resultado da reflexão proposta pelo artista. Era fácil (como hoje ainda o é) gostar e consumir rock. Isso não faz dele melhor, apenas diferente (em quesitos de propostas artisticas) do jazz, que um dia também teve seu momento de musica de mero entretenimento. Um dia os beatles se cansaram do rock, e partiram para aquilo que os desacorrentassem e o Revolver nasceu, em seguida o Sgt Pprs. Com uma linguagem roqueira? Sim. Mas não como o rock de outrora. Por fim, não é pecado falar dos Beatles como simples entretenedores, eles já o foram um dia. Evoluiram, mudaram, progrediram, e viraram artistas, pro nossa sorte.
    Tomé

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  4. "Isto não é uma dissertação de mestrado em Cultura e Sociedade ou artigo acadêmico cheio de dureza literária e rigor metodológico, é um texto para um blog."... Lamento discordar, meu caro Bruno (até então, após a leitura dos seus textos ainda não havia feito isso), Mas, depois de ter lido o texto da "Rolling Stones" a que você se refere, e ter-me também debruçado sobre a vivência que -pessoalmente- tive da música pop, exercendo-a profissionalmente como um "entertainer" que não tinha alternativa de um trabalho "comum", porque precisava cursar e pagar minha Universidade. e varava às noites da terça até o domingo tocando em casas noturnas, rádio e televisão, durante quatro longos anos, reconheço em mim uma pequena base para comentar sobre o assunto. E restou-me pouco o que dizer sobre o seu artigo., E aqui está o ponto discordante: acho que, sim, esse seu magnífico texto não somente lança bastante luz sobre o fenômeno Beatles, como o disseca com a maestria de um cirurgião social.Infinitamente mais profundo do que o superficial e narrativo, meramente narrativo e óbvio texto da Revista, ele dá muito o que pensar, para quem não viveu concretamente a época de frenéticas e intensas mudanças representada pelos anos 60. Em especial, de 1965 a 1969, quando o Quarteto Fantástico materializou toda a mudança que a sociedade clamava por objetivar. Coincidentemente, o período de "vida" da nossa banda (naquele tempo chamavamos "conjunto") de rock. Foram mudanças de comportamento, de intenções musicais e poéticas, de expressão da liberdade, de conscientização geral e derrubada de mitos e comportamentos arcaicos, como nunca vistas durante os decênios que antecederam aqueles anos transformadores. Você as captou magistralmente, mesmo sem te-las vivido. Ainda pairava no éter e só veio a existir como ser humano e pensante 11 anos depois. Nada a acrescentar. Somente quero atestar - no meu modo de ver- a veracidade do sentimento de quem começou e terminou uma carreira musical no exato momento da radical evolução dos Beatles, nas suas mais importantes manifestações discográficas e de comportamento ( de Revolver a Sgt Peppers e do Álbum Branco a Abbey Road). Da empolgação que eles curtiram com a conquista do universo musical da época, ao seu visível tédio, trazido pelo esgotamento, pela saturação do seu desejo de mudar. Já haviam feito isso, já tinham gozado a vitória do cumprimento da exata missão a que -voluntária ou involuntariamente- se propuseram. Chegaram ao clímax da carreira, alcançaram o seu lugar definitivo na História. Cabe aos pósteros reconhece-los e reverencia-los, sempre, Forever, 4ever, Beatles!

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  5. Um P.S. mais que necessário.. Somente pra elogiar a escolha da música para ilustrar a matéria. "Because" é (para usar um termo muito em voga, "simplesmente fodástico" ! E depois da interpretação dos Beatles, só reconheço uma, dentre as dezenas pelo mundo afora, instrumentais ou vocalizadas: a das maravilhosas meninas do "Quarteto em CY" !

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